domingo, 5 de fevereiro de 2012

Soco no estômago

Era de se supor. Mas suposições são apenas isso. Você vive com elas, apesar delas e continua supondo. Os indícios querem te fazer deixar de lado as suposições e se agarrar aos fatos, mas você, romanticamente se agarra a um fio de possibilidades vãs. Agora neguinha, acabaram-se as suposições. O que você tem em mãos e diante dos olhos, são fatos, que contradizem tacitamente suas vãs esperanças. Siga, nem precisando ser em frente, com esse soco no estômago e essa sensação de vazio que ficou.

sábado, 14 de janeiro de 2012

"Por você"

Já vou dizendo, a poesia desses escritos residem no seu final, em seu último e derradeiro parágrafo. Para nele chegar, pelo texto, é preciso passar! Então, lá vai... Éramos três. Cada qual com seu sonho e ilusão. Reunidas ali pelo acaso e descaso que a vida nos impôs. Apesar disso, nos divertíamos muito. Entre um drink e outro, claro, sempre entre um drink e outro, falávamos sobre tudo e nada! Assuntos randômicos que iam do nosso tempo de infância aos desencontros amorosos do presente, até que o assunto ficou mais musical, posto que o “Barão” na voz de Frejat começou a rolar. Ressuscitei trechos da música “Por você”. Apenas trechos, já que tenho esse defeitinho – nunca me lembro das canções em sua íntegra, muito menos o nome e menos ainda como os assuntos se concatenam. Faz parte do meu show, embora em certas ocasiões isso me irrite muito! “... Por você, eu viveria em greve de fome...” A cada trecho, uma elucubração, discutindo a possibilidade ou não da prova de amor. Até que, encasquetamos com um trecho final da canção, onde a jura de amor se torna sublime. Óbvio que nenhuma de nós foi capaz de lembrar lipsis literi o que Frejat realmente cantava: – Não, espera aí, é assim: eu amaria pra sempre a mesma mulher... - Acho que não, heim... Será que não é “viveria pra sempre com a mesma mulher”? Discussões a parte, decidimos ouvir a canção, em sua íntegra. E a reação, uníssona foi um profundo suspiro, seguido de um instantâneo silêncio arrematado por um “é, é foda”, assim que na canção ouvimos muito mais que amar, viver, beijar, sonhar. Ouvimos nada mais, nada menos algo que certamente nenhuma de nós chegou a viver: “desejaria todo dia a mesma mulher”... É. É foda!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Conversa entre dois imbecis

- Votamos a nos ver. - E dessa vez, vai deixar passar? - Provavelmente. Faz parte do meu show! Até porque, alguns seres ditos humanos são uma merda mesmo. Meu caso: isso é parte do que idealizei. Todo mundo vai dizer que ela é demais, imperdível, insubstituível, insuperável... Mas e daí? Eu consegui. Foi fácil pra mim. Quando gente como eu, atinge o que parecia inatingível, não para pra agradecer o arquiteto do universo. Olha e pensa: “ver o visto! É isso?” Entra num boteco, enche a cara, afinal “é outra sexta feira, que se dane o futuro, você tem a vida inteira”. - Você é ridículo! - Talvez... Tão ridículo como você, que acredita que tudo é pra sempre! "Pra sempre, sempre acaba"!

sábado, 13 de agosto de 2011

Transgressão


Tem dias que a gente acorda com uma incrível vontade de transgredir. Sei lá, talvez a palavra que defina esse sentimento que insiste em corroer minha carne interior, não seja exatamente essa. Afinal, hoje em dia, além de um programa imbecil, o que é transgredir?
Inda agora, passou um moleque do meu lado enrolando um. Basta um clique e você pode ver e fazer o que sequer imaginou, na vida real ou virtual. Lei seca? O bar tá cheio de cretinos enchendo a cara. Saindo daqui, vão dirigir seus carrões, extensão do próprio pau. Tem cretinas por toda a parte também. Seus corpos, carne fresca ou nem tanto assim, expostas como num açougue. Leva o filé mignon aquele que tem mais para dar.
Violar o corpo e a vida de outrem? Pode ser! Somente se isso é feito por puro prazer e maldade. Mas sei lá, a gente nunca sabe do que o outro precisa e se começa e entrar nas individualidades e particularidades, encontra explicação até para o menininho que arranca a cabeça do passarinho depois de alimentá-lo.
Eu devia parar com isso e trabalhar um pouco mais. Voltar pra terapia também. Dar uma volta na Paulista. Encher a cara. Coçar a barriga da Ana. Mas eu quero transgredir. Nesse instante, transgressão é não fazer o que eu deveria estar fazendo.
Transgressão perde o sentido quando você aproxima o olhar. A vida de uma prostituta parece muita mais transgressora que a de uma freira. Mas só a freira sabe o fardo de ter que parecer certinha e não ser!
Podia acender um cigarro, mas parei de fumar. Não parecia mais transgressão.
Não quero mais pensar em transgressão. Quero entender por que penso em transgredir. Quero entender muitas outras coisas também. Mas tudo tem a sua hora, por que você tem que estar preparado para entender. Chega por hoje. Vou encontrar minha transgressão e não será sentada aqui, revisitando uma história sem pé nem cabeça.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

???


Sei lá! Acho que o que todo mundo quer é ser feliz mesmo. Mas o que é que faz a gente feliz? Sei lá... In vino veritas... Até prometi que não ia mais fazer isso, mas hoje era um dia para comemorar. E não faz mal que todo mundo esqueceu que dia era hoje. Eu lembrei. Um brinde a isso! Só não estou conseguindo entender que brilho é esse, que gosto é esse, que desejo é esse... Ok! Houston we have a problem... Rsrsrs. Na verdade, tenho eu um problema. Talvez indissolúvel. Melhor dormir. Acordar. Viver e esquecer. Isso foi importante só para você. Isso deixou de ser importante só para você. Isso só voltou a atormentar você. Louca! Dorme bem...

A lista do nunca mais

Recomendo que todos vocês façam uma lista. Não como a de Oswaldo Montenegro. Aliás, do caralho essa música. Muito menos a “lista da bota” como a do filme “Nunca é tarde demais”. Aliás, do caralho esse filme. Sugiro simplesmente a lista do “Nunca mais”. Esperem, vou explicar. Sim! Sou professora, gosto de tudo muito bem explicadinho! A lista do “Nunca mais” consiste em você listar coisas que jamais, em tempo algum, voltará a fazer. Querem ver, vou dar alguns exemplos pessoais. Nada como um bom exemplo para esclarecer um assunto. Minha lista do ‘Nunca Mais” - Casar: não sou contra o casamento. Acho que todo mundo tem mesmo que casar, nem que seja uma vez, para descasar em seguida e compactuar comigo nessa conclusão. E digo isso, simplesmente porque é muiiiiiiiiiiiiito bom morar sozinha. Uma casa, uma cama, um banheiro, uma pizza, enfim, tudo só seu!!! Aliás, a pizza. Vc pede uma grande mesmo. Começa comendo TODAS as azeitonas. Depois TODO o recheio. As bordas e a massa, vc dá para a cachorra! - Guarda do Embau: praia até que bonita, mas nem pense em molhar as patinhas, a água é um gelo, credo! Além disso, a trilha sonora, o reggae, é condenável. Uma ou duas canções eram até suportáveis. Mas imagine ouvir isso a noite inteira? Credo! Definitivamente, nunca mais! - Ex: reatar com qualquer tipo de ex - ex amigo, ex marido, ex namorado, ex emprego, simplesmente credo! Se fosse bom, não tinha passado a ser ex, daí, eu ficar um pouco confusa diante de pessoas que adoram reatar com seus ex! - Virada cultural: cenário dantesco, “festa estranha com gente esquisita” e vômito de vinho por todos os lados. Além é claro de eu ter sido quase esmagada pela multidão que, como eu, estava desejosa de ver Marcelo Nova. Credo! - Bronzeamento a jato: a não ser é claro que vc esteja se preparando para uma festa à fantasia onde queira aparecer de cenoura! Credo! À medida que vivo e me arrisco, a lista cresce. Fato incontestável, já que viver é também sinônimo de envelhecer, que é sinônimo de ficar mais irascível. Ponto.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O cavaleiro ideal


“... um corpo ágil e musculoso não é o bastante para fazer o cavaleiro ideal. É preciso ainda acrescentar a CORAGEM. E é também porque proporciona a esta virtude a ocasião de se manifestar que a guerra põe tanta alegria no coração dos homens, para quem a audácia e o desprezo da morte, são, de algum modo, valores profissionais.”

O fragmento do texto acima retrata parte das virtudes indispensáveis aos homens/cavaleiros medievais e é de autoria de Marc Bloch.
Ao efetuar essa releitura, achei impossível não estabelecer uma relação com o presente, com os homens presentes.
Pode parecer loucura, mas não é! Raciocine comigo: substitua as violentas e sangrentas guerras medievais pela batalha travada a cada dia de nossas vidas. Sim! Acordar cedo, muitas vezes antes do sol nascer, dirigir-se ao trabalho, enfrentar o trânsito, a disputa, a concorrência, os olhares velados, as críticas destrutivas e até as construtivas, que tanto abalam a autoestima de quem procura fazer sempre o melhor, as situações inesperadas que exigem pronto atendimento, a carência da mãe que ficou duas horas sem receber seu sinal de vida, a insistência do ex-marido em deixar de ser ex, a indiferença daquele cara que você acredita ser “o cara”, o risco de abandonar a segurança de seu mundo por amor, a síncope a cada extrato bancário ou fatura de cartão de crédito que você insiste em verificar, os preços que não param de subir e que fazem seu salário diminuir, a poluição atmosférica, sonora e visual, o buraco na camada de ozônio, o desmatamento, o aquecimento global, a reserva do aquífero Guarani, a fome na África Subsaariana... Porra!!! Que vontade de cortar os pulsos, mas isso, já decidi, vou deixar para o final, depois de ter certeza de que a luz no fim do túnel é tiroteio.
Mas enfim, a relação que pretendo estabelecer é a seguinte: os cavaleiros da Idade Média precisavam ser muito corajosos para dar conta das contingências de seu tempo. E até onde sei, o fizeram muito bem, pois garantiram a estabilidade do seu mundo por longos mil anos!
Nós, cidadãos da Idade Contemporânea, também precisamos de coragem para enfrentar parte dos problemas por mim elencados, se não todos e ainda outros que não fui capaz de citar.
E é daí que vem a minha decepção. Essa tal coragem está em falta entre os seres ditos humanos do nosso século.
Constato, a cada conversa e encontro, que falta uma boa dose de coragem para falar a verdade, para abrir o coração e deixar o amor entrar, para decidir entre o sim e o não, preferindo como resposta um indeciso e duvidoso talvez.
Falta coragem para embarcar numa aventura que ofereça de antemão apenas a garantia de boas risadas e uma incrível história para relembrar.
Falta coragem para viver!!!
Mas, por que as pessoas são assim? A resposta me parece óbvia e imbecil. As pessoas querem se resguardar das dores, evitando inclusive os amores. Talvez por que só entendem que há apenas uma maneira de amar. Sabe aquela ideia de amor doação? Então! Muitos ainda acreditam que amor verdadeiro traz sofrimento e dor, por que se não for recíproco, fode com a nossa vida.
O que fode mesmo com a nossa vida é a espera por esse tipo de amor profetizado pelo cristianismo, que não nos acrescenta nada, só retira, subtrai, divide, mutila...
É preciso coragem, ousadia e inteligência para driblar as concepções medievais que se arrastam por milhares de noites sem fim, sem deixar de lado a coragem de morrer, se for preciso, para poder viver com dignidade, com a certeza de que fizemos tudo o que estava ao nosso alcance por nós mesmos, para atingir e alcançar a nossa plenitude.