quarta-feira, 6 de abril de 2011

Caos - o princípio de tudo


“Aquele moço ia acabar no chão como um pacote flácido, iria morrer na contramão atrapalhando a quarta feira”

Aconteceu ali, bem diante dos meus olhos. O trânsito estava infernal. Até aí, qual a novidade?
Motoristas aflitos em seus celulares comunicando evidentes atrasos. Até aí, nenhuma novidade.
Motoristas filhos da puta ziguezagueando, deixando para trás os otários, como eu, nesse caso e talvez, em muitos outros.
Mas esse não é o foco e nem o fato!
O fato e o foco é o moço suicida. Ele estava lá, em pé na beira do viaduto. Pretendia se jogar. Com uma mão segurava seu corpo. Com a outra, falava ao celular. Com as duas, lutava pela vida!
Venceu a luta. Do moço suicida é só o que sei: ele lutou pela vida e venceu!
Ele não tentou se matar. Ele obrigou o mundo a parar para ouvi-lo, vê-lo, senti-lo.
O que será de sua vida de hoje em diante, não importa. Talvez, tudo continue a mesma merda de sempre, o que não duvido.
Hoje, o moço suicida nos deu uma lição: a cidade é frágil, seu equilíbrio é distante e quando alguém decide ser mais que gado no pasto, dá merda.