sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

MSN: invenção do Todo Poderoso?

“No princípio criou Deus os céus e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz; e houve luz....”
E daí pra frente o Todo Poderoso foi criando, criando e criando... No sexto dia Ele já estava cansado de tanta criação. Ou sabe-se lá, arrependido! Decidiu parar e deixar por conta daqueles que Ele criou à sua imagem e semelhança: nós, seres ditos humanos.
Talvez, na época da criação, Deus não tenha conseguido prever a genialidade dos inventores do messenger.
Sim, pois tivesse o Todo Poderoso feito tamanha previsão, não iria resistir e plagiar algumas das ferramentas desse fantástico instrumento de comunicação e relacionamento, adaptando-as ao nosso coraçãozinho e corpo de simples mortais!
Seria simplesmente fantástico dispor dessas ferramentas em todo e qualquer tipo de relacionamento possível e existente.
Acompanhe meu raciocínio! Você tem um amigo mala, com quem não gosta de conversar sempre, só de vez em quando e olhe lá. Mantenha-o bloqueado!
Você se apaixona louca e perdidamente por alguém que não te dá à mínima. Excluir! Esse é o comando!
Para aqueles dias em que você não está a fim de nada, clique em ocupado! Ninguém te incomoda e quem tentar estabelecer contato mesmo assim, use o comando excluir e lançe o infeliz para a bacia das almas.
Quando desejar apenas dar uma espiadinha no que está acontecendo por aí, use o comando “aparecer off line”. Fantástico! Você fica invisível, vendo sem ser visto e vagando por aí, praticando todas as torpezas de que somos capazes quando sabemos que não estamos sendo vistos!
E o mais incrível é o fato de que tudo é reversível.
Após ter se arrependido de lançar algum infeliz para a bacia das almas, você tem o direito de ir até lá e resgatá-lo, reiniciando o relacionamento, como se nada tivesse acontecido!
Como o Todo Poderoso, sendo tão poderoso assim, não pensou nisso? Tais ferramentas nos livrariam de muitas situações saia-justas, fossas intermináveis (sim, elas não parecem ter fim mesmo), e tantas outras situações que parecem que vão nos levar à lona.

A lista...

Agora é oficial. Chega de fazer promessas que não cumpro. Chega de figurar entre as criaturas ordinárias que me assombram!!!
Preciso me livrar do meu próprio padrão de escolhas, preciso ser fiel à minha lucidez (amo essa palavra, não sei exatamente se é pelo que ela significa ou pelo simples fato do quão longe dela estou).
Mas enfim, em relação ao que tange ao sexo oposto, ou ao mesmo sexo, não ligo para essas pequenas questões, só realmente irá para a segunda fase, o candidato que na primeira, apresentar o seguinte perfil e se sujeitar às seguintes condições:
- Extremamente dedicado, amoroso e carinhoso: adoro torpedos, então o cara terá que me mandar dois por dia pelo menos. E nada de mentiras. Quem mente é ordinário! Isso é um fato incontestável! Todos mentem, diria a minha irmã... Mas então, prefiro morrer sozinha com as minhas verdades! Minhas, entendeu? Minhas!!! Quero dedicação, cuidado, coisa bem melada mesmo!
- Dedicação 24h por dia: digamos que me dê uma coceirinha no pé. Não, não vou me coçar!!!! Vou pegar meu celular e chamá-lo para executar tal missão (também amo essa palavra, dá um sentido tão nobre às tarefas do dia-a-dia, das mais idiotas às mais sublimes). Considerando a missão executada com sucesso, a recompensa será soberba. Do contrário, o indivíduo será despachado com tamanha indiferença que fará com que ele fique ainda mais apaixonado. Ai, como o ser o humano é ordinário! Aqueles que tratamos bem, muitas vezes nos repudiam e àqueles a quem mostramos o que há de pior em nós, nos adoram! Vai entender?
- Presentes inesperados: além dos presentes obrigatórios, tipo aniversário, natal, dia dos namorados, dia do índio e proclamação da república, a semana será salpicada de pequenos regalos (outra palavra que amo, talvez pelo fato de ser tão pouco usada hoje em dia). Um diamantezinho aqui, outro ali, uma esmeralda (pedra do meu signo!) acolá... Cestas de vinhos, queijos, chocolates... Tudo importado é claro, nada de mixórdia!
- Ligações: celular pré-pago é coisa de pobre ou de gente morta de fome! Odeio isso!!! A pobreza ou a economia, posso até considerar, até porque sou uma mulher absolutamente independente e ganho o suficiente para me manter (bem, aqui vou ignorar todos os deslizes que venho cometendo e que meu pai, santo homem, me socorreu). Não espero, financeiramente, nada do outro, mas daí a ter que ficar ligando pro cara, me poupe!!!
- Flores, muitas flores, um jardim das mais variadas flores: isso virará rotina! Talvez até desenvolva alergia ao pólen, de tantas flores que me serão enviadas!!! Amo flores!!!
- Paciência: exigirei paciência com meu gosto musical. Não abro mão de ouvir Legião o dia inteiro, quando assim decidir. Não tolerarei músicas sertanejas ou pagode! Com relação aos vídeos que assisto, também não terei clemência (nossa, me senti na Idade Média agora, clemência!!!). Adoro filmes parados, misteriosos, sem sentido, daqueles que você não entende nada e quando acha que entendeu, engana-se, por que não o é suficientemente inteligente para fazê-lo. Velozes e furiosos... Deixou-me furiosa! Nunca mais!!!
- O controle remoto é meu!!! Isso não tem argumento que me faça mudar! E já vou avisando: mudo sem parar de canais, até que meus olhos vislumbrem algo que seja realmente digno de apreciação!
- Não abro portas: uma mulher do “meu porte” (hahahaha! Me achei!), não pode se prestar a uma tarefa dessas! Isso não quer dizer que eu vá ficar para o lado de fora trogloditas de plantão! Quer dizer que o cavalheiro irá abrir todas as portas por onde hei de passar em sua companhia! Sim, por que quando estiver sozinha por aí, algum outro imbecil (hahahaha), na ânsia de desfrutar de minha companhia, o fará por mim!
- Ana, minha cachorra: para onde eu for ela vai! Isso também não tem argumentação capaz de mudar minha opinião. Aliás, quem o tentar fazer, será terminantemente banido da minha vida! E já vou avisando, Ana é indomável: come fios, faz xixi em todos os tapetes que encontra pelo caminho, não diferencia, ao saborear, uma havaiana de um espetacular escarpin. Aprecio muito isso nela!
- Meu clã: ele é composto por alguns poucos amigos, que se mantiveram ao meu lado nos momentos mais difíceis da minha vida. Isso posto, é natural que eu lhes seja fiel para o resto da minha vida. Aliás, mesmo que eles não tivessem feito nada por mim, ainda assim seria capaz de tudo por eles. Sou do tipo que paro tudo o que estiver fazendo quando um amigo precisa de mim. É imprescindível que isso seja entendido e aceito, sem melindres e ciúmes bobos.
- Empatia: defino esse termo como aquela incrível capacidade de saber o que o outro está sentindo ou pensando, apenas observando suas caras e bocas. Quem não for capaz disso, também será banido. Ou considerado por mim, um imbecil, o que admito, com esse meu temperamento, uma pena suficientemente muito mais cruel!
- Só eu grito: não suporto que gritem comigo, embora às vezes eu me renda a esse desatino. Confesso: faço isso pouco, por que considero minha voz estridente demais, então só o faço quando estou no meu limite, que é bastante longo e alargado. Mas não suporto que façam isso comigo. O grito do outro e talvez até o meu, me paralisa.
- Admiração por minhas manias, estranhices e divagações: nisso, sou rainha! Ninguém é mais campeã que eu em pensamentos soltos, manias e estranhices. Definem-me como um ser estranho, e adoro sê-lo! Gente comum é sem graça (uma pessoa adorada me disse isso certa vez). Mas há gente que não repara, ou não aprecia esse tipo de comportamento. Em minha casa, esqueço de fechar portas, passo horas procurando chaves e papeizinhos onde anoto telefones e endereços, nunca sei o interruptor correto de cada luz, esqueço panelas no fogo, (isso quando me atrevo a cozinhar!), não suporto ciscos no chão, não gosto pisos e azulejos por causa dos recortes (aliás, desejo trocar o piso da casa inteira, para eliminar essa desarmonia), perco-me em todos os caminhos, invento coquetéis explosivos para eliminar as “neves eternas”, falo sozinha e gargalho comigo mesma, distribuo beijinhos pelo meu próprio corpo! Eu me amo!
-Fã número um dos meus escritos: amo escrever, essa é minha verdadeira paixão. Aquele que não for capaz de entender ou contemplar a beleza da minha redação estará fora, sem piedade!
- Inteligência: o Todo Poderoso me fez com alguns neurônios a mais que as loiras, Marias chuteiras ou melancias que existem por aí. Analiso tudo o que acontece ao meu redor e o faço com certo deboche e ironia, muitas vezes beirando a arrogância. Aqueles que não forem capazes de acompanhar minha linha de raciocínio ou senso de humor estarão fadados à extinção no meu convívio.

Talvez haja ainda uma série de elementos para acrescentar a essa lista, mas por hora, são esses os que julguei imprescindíveis e peço a colaboração de todos aqueles que me querem bem, para me manter fiel a cada item dessa lista, para que não cometa o desatino de me perder mais uma vez, muita embora, eu adore isso!

Também preciso adiantar que sei bem que o coração nos prega peças e pode mesmo acontecer que eu, ao cruzar uma rua, me depare com o avesso disso e ainda assim, caia em profunda e ardente paixão. Para o caso disso acontecer, queridos amigos, rezem e torçam por mim, a fim de que eu possa viver aquilo que mais desejo, que é a sorte de um amor tranqüilo com sabor de fruta mordida...

É preciso reinventar o amor...

Sim, é isso mesmo! Cheguei a essa sórdida ou sublime conclusão!
Já vou avisando, sei que posso estar errada e espero sinceramente estar! Mas tudo bem, essa é a minha máxima do dia.
Primeiro: o que nos faz pensar que amamos alguém? Resposta complexa, mas que tentarei simplificar ao máximo, sem tantas conjecturas ou elucubrações. Enfim, sem brisar demais!
Em geral, amamos aquele que carrega consigo a maior parte de nós mesmos e nas diferenças, aquilo que nos completa e admiramos de uma certa forma.
Até aí tudo bem, tudo certo... Beleza!!!
Mas aí vem o desejo de querer mais. Amar já não é suficiente. Decidimos compartilhar as vidas, os sonhos, etc., principalmente etc.
E foi da reflexão dessa análise do compartilhamento que adveio minha conclusão. Quando amamos queremos ver o outro bem. Por quê? Por puro altruísmo? Não, na verdade um sentimento que vai bem na contra mão desse, o egoísmo!
Ver o outro bem, nos deixa bem também. Percebe-se então que não se trata de amor porra nenhuma! Apenas um ordinário sentimento de querer estar bem. Eu, eu, eu!!! O tempo todo eu e foda-se o outro!!!
Só que as pessoas acreditam que amar é justamente abrir mão de algumas coisas para satisfazer o outro. É ajudar o outro a atingir suas metas, realizar seus sonhos para que ele fique, esteja e permaneça feliz. Enquanto o outro se realiza, você fica feliz e busca realização também... O cu!!! Isso não é amor. Também não conheço ainda nenhuma outra forma de amar...
Daí o título de mais esse pensamento solto: é preciso reinventar o amor!
É preciso que o amor seja suficiente por ele mesmo. É preciso que a gente olhe pro outro e não espere nada dele... Só momentos de bem estar, alegria, satisfação ou a porra que for.
A idéia de amor castrador, cobrador, contador e o caralho a quatro precisa ser banida dos corações e mentes imediatamente!

MEMÓRIAS DE UM FUNERAL

Funeral não é um dos meus temas favoritos. No entanto, revisitando fatos do meu passado, em conversa com uma grande amiga, quando ela relatava suas experiências funerárias, percebi que os funerais que fui eram bem diferentes.
Os funerais da minha família alargada, ou seja, daqueles que se foram por parte de pai e mãe, podem ser classificados como cerimoniais atípicos.
Vou explicar o motivo. Inicialmente tudo segue o ritmo certo do troço: chegar, cumprimentar a família, reverenciar o defunto etc.. Depois disso é só alegria! Rever aqueles parentes que você não via há séculos, dar uma checada em quem entrou no bisturi e em quem precisa entrar urgentemente, lembrar de fatos bizarros da infância, se gabar disso ou daquilo, esconder os podres e se fazer de desentendido quando te dão uma alfinetada sobre algum mau passo que você deu e achava que sua mãe não tinha contado para ninguém!
O funeral da minha falecida avó Eleonora foi marcante em minha vida. Primeiro por que ela em vida, deixou bem claro que queria ser enterrada ao lado do seu falecido marido. Até aí tudo bem, se ela não estivesse a uma distância aproximada de 600 quilômetros dele!
Meu pai, coitado, deve que dar um jeito em tudo: arrumar um jatinho para levar o defunto até a cidade, alugar um ônibus para levar a parentada etc.. Esse episódio já é hilário, pois enquanto a defunta (sorry vó) ia voando a muitas milhas por hora, nós íamos de busão comendo poeira debaixo de um sol escaldante sem direito a ar condicionado!
E por ser uma longa viagem, que durou cerca seis horas, a tristeza imperou somente durante a primeira hora, depois um primo que não via há muito tempo começou a animar a galera.
Na verdade, esse primo, que sempre foi um porra louca na vida e quem meu pai teve que resgatar várias vezes da cadeia devido ao uso de entorpecentes, ficou muito animadinho ao me ver do alto dos meus treze aninhos, já que a última vez que ele me viu, tinha apenas sete.
Em nenhum momento disfarçou seu interesse pela minha pessoa, ou melhor , na corpo de uma ninfeta de treze aninhos, pois a alma de um ser dessa idade é quase desprezível – hoje, uma balzaquiana, posso falar, deitar e rolar do ser acéfalo que fui na adolescência!
Na viagem foram horas de chaveco, risos e graças, cujos detalhes não me lembro mais, ainda bem!
Já na cidade, no velório, mais momentos tristes. Despedir-se para sempre não é nada fácil, especialmente para os filhos e netos mais chegados o que não era o meu caso. Sempre tive um talento muito grande em não me envolver profundamente com as pessoas...
Depois de um certo tempo, sanduíches, café, mais café e sanduíches e muita conversa fiada: um dizendo pro outro aquilo que queria que fosse verdade em suas vidas, trocando telefones e fazendo promessas de se rever em um futuro próxima. Promessas vãs e totalmente descumpridas.
No enterro, hora da partida definitiva, tristeza redobrada. Olhares desolados e perdidos. Nessa hora não importa se você era chegado ou não ao defunto, na verdade não importa nem se você conhece o defunto, pois o que nos aguarda está ali, bem diante de nossos olhos...
No retorno, todos já tinham chorado as lágrimas que precisavam, restavam agora mais algumas horas juntos, por que sabíamos que o próximo encontro, seria o último para alguém de nós!

Promessas

Admiro as pessoas que têm fé e vivem fazendo promessas. Minha mãe mesmo já fez tantas promessas para mim... Tive que pagar por todas elas. Embora não seja muito religiosa achei melhor não duvidar dessas coisas.
Recentemente, um renomado jornal publicou um índice interessante: 97% dos brasileiros acreditam em Deus. Achei muito alta esta percentagem... Mas acho que o brasileiro tem na verdade medo de não acreditar: já pensou se no fim das contas Deus realmente existir? Aí não dá mais para voltar atrás, sendo assim, penso que eles preferem dizer que acreditam, se não der em nada, paciência.
E é interessante que mesmo não tendo a fé que minha mãe tem, por exemplo, toda vez que desejo profunda, intensa e infinitamente algo, pego o telefone e digo:
- Mãe, será que você pode rezar por mim?
Admito que sou realmente sacana em fazer isso, mas confesso, não é sempre, é só quando sinto que o bicho vai pegar...
Ainda falando de promessas, também vivo fazendo promessas, só que para mim mesma.
Todos os dias quando toca o despertador e sou obrigada a retornar dos braços de Morfeu, faço uma promessa: hoje vou dormir cedo!
E aí passo o dia todo me prometendo fazer tudo o que tiver que fazer antes das sete, para as nove estar na cama... Aí bate uma irresistível vontade de ler, escrever, zapear, navegar, ligar para as amigas, rever um filme... Quando olho para o relógio, já passam das dez.
Até tomar banho, assistir o Saia Justa, Sex and City, Simpsons.... Já passam das onze.
Meia noite e ainda estou acordada. No dia seguinte refaço minha promessa. Sinto-me uma total e absoluta fraude!
É evidente que esta é apenas uma pequena amostragem de tantas outras promessas que me faço e obviamente não cumpro! Por enquanto, só esta dá para compartilhar!